Selic: Copom confirma expectativas e mantém em 14,25% ao ano

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Confirmando as expectativas, o Banco Central (BC) manteve a taxa Selic em 14,25% ao ano, em reunião realizada pelo Comitê de Políticas Monetárias (Copom) nesta quarta-feira (27). Foi a sexta vez seguida que os analistas aprovaram a manutenção dos juros básicos da economia.

Esses mesmos analistas projetam que nenhuma alteração seja feita até o fim do ano. E o Copom emitiu um comunicado em que corrobora com essa posição.

“O comitê reconhece os avanços na política de combate à inflação, em especial a contenção dos efeitos de segunda ordem dos ajustes de preços relativos. No entanto, considera que o nível elevado de inflação em 12 meses e as expectativas de inflação distantes dos objetivos do regime de metas não oferecem espaço para a flexibilização da política monetária”.

Desde julho de 2015 os juros básicos estão nesse nível, que também é o mesmo percentual de outubro de 2006.

Metas

A Selic é o principal instrumento para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O Conselho Monetário Nacional estabelece meta de inflação de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos para mais ou para menos, podendo chegar a 6,5%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumulou 9,39% nos 12 meses encerrados em março, depois de atingir o recorde de 10,71% nos 12 meses terminados em janeiro.

O que pode reduzir a inflação?

No fim de março, foi divulgado o Relatório de Inflação pelo Banco Central, estimando que o IPCA encerre 2016 entre 6,6% e 6,9%.

De acordo com o boletim Focus, do BC, divulgado na última segunda-feira (25), o IPCA fechará o ano em 6,98%.

Além do BC, o mercado também tem reduzido a estimativa de inflação. E há o que justifique.

A elevação de preços administrados (como energia e combustíveis) sofridas nos meses anteriores já causou o seu impacto. Por sua vez, a queda do dólar contribui diretamente com a diminuição dos índices de preços.

A crise econômica tem induzido a quedas de consumo, sobretudo aos impulsivos. Portanto a expectativa para os próximos meses é de que a inflação desacelere ainda mais.

Aumento da Selic atrapalha

Apesar de controlar os preços, pensar em aumento ou a manutenção da taxa Selic em níveis elevados é prejudicial à economia. Juros altos interferem na queda da produção e do consumo.

Ao reajustá-la para cima, o BC controla o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Por outro lado, quando os juros básicos são reduzidos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, enfraquecendo o controle da inflação.

Segundo o boletim Focus, especialistas projetam a contração de 3,88% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, o que é 0,3% mais pessimista do que o próprio BC. No Relatório de Inflação, o BC prevê retração de 3,5%.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia

 

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