INSS revisará benefícios e redes sociais estão na mira

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A superexposição de usuários nas redes sociais poderá fazer com que beneficiários de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, ambos pelo INSS, caiam em um pente-fino a partir deste mês de agosto. Uma mulher de Ribeirão Preto já teve o benefício cortado e como prova foram utilizadas publicações que não eram condizentes com a depressão grave que lhe fora atestada.

Com isso, a análise de incapacidade não se resumirá a avaliações físicas do segurado que tem o benefício de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez há mais de dois anos.

De acordo com informações veiculadas na imprensa fornecidas por um perito que teria participado da definição dos detalhes do pente-fino, a perícia vai se estender a todos os dados disponíveis que permitem entender a real situação do segurado. Inclusive, isso não seria novidade, mas agora será padrão.

Sendo assim, quem exibir em seus perfis nas redes sociais uma vida diferente do que é relatado nas perícias poderá ser chamado para se explicar e até perder o benefício. Ainda que simuladas, postagens de superação, felicidade e poder podem ser usadas para considerá-lo saudável e apto a voltar ao trabalho, por exemplo.

A Advocacia-Geral da União (AGU), que representa o INSS em ações judiciais, apresentou as publicações de uma segurada de Ribeirão Preto no Facebook como prova de que ela não tinha depressão grave, motivo pelo qual recebia auxílio-doença.

Após o corte do benefício, a beneficiária foi à Justiça requerer seus direitos, mas o órgão apresentou publicações em que ela dizia se sentir animada e que o ano estava sendo maravilhoso. Nas postagens, fotos em cachoeiras e textos de otimismo.

 

Números

3 milhões de aposentadorias por invalidez – que geram gastos de R$ 3,6 bilhões/mês – pagas há mais de 2 anos serão revisadas

Governo estima economizar R$ 2,340 bilhões/ano se cortar ao menos 5% desses benefícios, algo em torno de 150 mil.

840 mil auxílios-doença pagos há mais de dois anos – e boa parte concedidos a partir de decisões judiciais – serão revisados.

O governo espera cortar 252 mil benefícios deste tipo, o que representa 30%, e economizar com isso R$ 4 bilhões/ano.

No total, o governo espera economizar portanto R$ 6,340 bilhões/ano.

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