Por que a Bolsa operou estável após a votação pelo impeachment na Câmara?

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Investidores de primeira viagem não entenderam muito bem o motivo da principal Bolsa de Valores do Brasil operar estável após o histórico dia em que a Câmara dos Deputados votou pelo prosseguimento do processo de impeachment contra a presidente da República, agora nas mãos do Senado que precisa de maioria simples (50%+1) ao invés de 2/3 dos parlamentares presentes. Em alguns veículos especializados, havia até informações de que o mercado “precificou” a saída daquela que foi reeleita em 2014.

Durante o período de especulações, quanto mais o “pró impeachment” ganhava força, mais comum era a disparada de algumas ações negociadas na Bovespa, em especial Banco do Brasil, Petrobras e CSN, a Siderúrgica Nacional.

Em números, podemos pontuar alguns momentos das ações citadas.

Petrobras (PETR4): Em 22 de janeiro de 2016, em meio aos escândalos, valia R$ 4,41. Na antevéspera da votação, na sexta-feira (15), chegou a ser negociada a R$ 9,69. Em 30 dias valorizou 10,72% e em 2016 acumula alta de 37,34%.

Apenas a título de informação, em 23 de maio de 2008, a mesma PETR4 valia R$ 50,56.

Banco do Brasil (BBAS3): No dia 23 de fevereiro de 2016, cada uma das ações valia R$ 13,07. No último dia 15, chegou a ser negociada a R$ 22,78. Valorizou 11,68% nos últimos 30 dias e 50,70% somente em 2016.

CSN (CSNA3): Em 15 de janeiro de 2016, R$ 3,17 eram o necessário para adquirir uma ação dessa. No dia 14 de abril, chegou a ser negociada a R$ 13,45 e no dia 15, R$ 11,95.

Nos últimos 30 dias, foram 69,23% de valorização. E 202,50% somente no ano 2016.

Mas, no primeiro dia após a votação fecharam estáveis com ligeira queda, a R$ 9,24, R$ 22,08 e R$ 12,10 respectivamente. Por quê?

 

Especulações e fatos

Bolsa vive muito de especulações e a mesma ação em um mesmo dia chega a ter picos de altas e baixas. Informações em tempo real faz que investidores e responsáveis por imensas carteiras de ações executem ordens de compra e venda a qualquer momento.

Nos últimos meses, com as especulações de ganho de força do impeachment (em especial nos anúncios de rompimentos como o PMDB e PP e delações premiadas), as ações subiam pois havia uma grande aposta nesses títulos. Logo, mais procura significa preço maior. E isso acontece com qualquer produto no mercado, até mesmo aquele tênis descolado da moda, que ainda sem atrativo algum vira mania entre tribos.

Agora, com o fato consumado, não há fortes emoções que justifiquem novas apostas. Assim, o valor negociado se mantém ou tem ligeira queda, por conta das vendas daqueles que decidiram embolsar o lucro e diversificar os investimentos.

E o futuro?

Agora a aposta é se houver troca no governo, como se comportará o novo mandatário? Especialistas precificaram o impeachment nos últimos meses. E agora, o que precificarão?

Nas próximas semanas a Bolsa começará a sentir os efeitos de acordo com as costuras feitas na política e nomes ventilados para assumir a responsabilidade sobre a economia nacional.

Se você é um investidor que gosta de assumir fortes emoções, fica a dica para se aventurar na Bolsa. Consulte sempre um corretor credenciado e de sua confiança.

 

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