Na contramão de um cenário econômico em retração, o comércio eletrônico (e-commerce) registrou crescimento nominal de 15% em 2015, o que representa uma movimentação de R$ 41,3 bilhões, de acordo com informações obtidas por meio da 33ª edição do relatório WebShoppers, elaborado pela E-bit/Buscapé. A previsão para 2016 é de R$ 44,6 bilhões, um aumento de 8%.
Os resultados foram comentados pelo fundador da E-bit, presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP e vice-presidente de Relações Institucionais do Buscapé Company, Pedro Guasti. “Dentro do cenário de crise econômica, com aumento de inflação, desemprego e incertezas ao longo de 2015, o e-commerce se mostrou uma excelente alternativa na busca de bons negócios para o consumidor, apresentando faturamento muito acima do registrado no varejo tradicional”
Destaques nas Compras on-line
As vendas de dispositivos móveis – reforçadas por grandes estratégias de marketing – representaram em uma média do ano 12% do faturamento, sendo 14,3%, em dezembro, aquecidas pelo Natal.
Reforçando uma tendência do consumidor a buscar preços aliados a comodidade, o número de consumidores com uma compra ou mais pela internet chegou a 39,1 milhões (3% maior na comparação com 2014). Foram 106,2 milhões de pedidos, um crescimento de 3% em relação ao ano anterior.
Segundo os dados oferecidos pelo relatório, o valor médio das compras atingiu R$ 388 em 2015, 12% maior do que o anterior. Para 2016, estima-se que as compras girem em torno de R$ 419, ou seja, 8% a mais.
Para o diretor executivo da E-bit/Buscapé, André Ricardo Dias, o crescimento perdeu sua força ano passado com a classe C e foi sustentado pela classe A. “O crescimento no número de consumidores ativos foi menor se comparado a outros anos. Isso tem relação com a redução da participação da classe C nas compras on-line nesse período. Em contrapartida, o público de renda mais elevada comprou mais pela Internet. Essa é uma das explicações para o crescimento do tíquete médio”.
Outro destaque foi a elevação no NPS (Net Promoter Score), que mede a satisfação e a fidelização dos clientes no comércio eletrônico, Em 2015 chegou a 65%, por conta da diminuição no atraso das entregas e melhoria dos serviços prestados pelas lojas, causas defendias por órgãos do consumidor.
E-commerce internacional
Os dados apontam que o volume de compradores em sites estrangeiros aumentou de 38%, em 2014, pra 54% em 2015, com 14,9 milhões de consumidores únicos nas lojas Aliexpress, Amazon e eBay, entre outros).
US$ 2,02 bilhões foram investidos nessa modadidade, 18% a mais que em 2014. As categorias mais procuradas foram eletrônicos, moda e acessórios e informática.
O estudo apontou ainda que as categorias mais populares no ambiente virtual são viagens e turismo, eletrônicos e assinatura de revistas, graças ao alto valor agregado dos produtos, que faz com que os consumidores usem a internet como ferramenta de pesquisa e busca pelo melhor preço.
Já no comércio varejista “off-line”, a preferência pelo varejo físico ficou com as categorias petshop, alimentos e bebidas e joalheria, pela necessidade de visualização de muitos produtos ou, por exemplo, por causa da dificuldade na logística para produtos alimentícios perecíveis.
De acordo com o relatório, a alta dos preços no varejo chegou no comércio eletrônico, registrando elevações de 8,94%, o que contribuiu para a redução do poder de compra dos trabalhadores. A classe C terminou o ano com 39% de participação nas compras (dezembro de 2015), diferente dos 54% anteriores (novembro de 2013).
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